quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Para nós!


Em 2015 reclamamos tanto da falta de tempo que, ganhamos um 29 de fevereiro, vem ai, mais um ano bissexto, 366 novas oportunidades... aproveite! Porque se cá estamos, e não sabemos qual o sentido e motivo, nos resta gozar. 
Esse texto não é sobre mim ou você, é sobre nós. Não é retrospectiva. É sobre lista de desejos, melhor que planos. 
Aqui estamos alguns de nós, seguindo mais uma passagem do calendário solar/cristão. Escolhi essa data para reunir meus desejos: Que o Sol, esse mesmo de 40°, possa aquecer os corações frios e empedrados. Que possamos canalizar toda revolta em, atitudes nobres. Que possamos dar menos valor ao dinheiro e mais valor a vida. Que possamos compreender as diferenças e aprender mais com elas. Que nos livremos do ego e posse. Que possamos amar mais os animais.
E já que não conseguimos estar tão presentes como (alguns de nós) gostaríamos, que possamos ser ao menos digitalmente sinceros, com menos compartilhamentos automáticos.
Faço desses votos algo pessoal, dado a mim e compartilhado com toda dedicação a você. Faço dele um mantra. 
Feliz Vida plena!


sexta-feira, 31 de julho de 2015

O novo universo Rock


Ontem o Imperator Novo Rock comemorou um ano do projeto que apresenta novas bandas do rock independente com uma edição especial e de maior lotação até então. Além de manter uma banda local, inovaram com uma banda da região serrana e uma de Natal/RJ.

A primeira banda, Verbara, iniciou o show já com a casa cheia, apresentou seu rock brega inovador, o vocalista é uma mistura de Falcão e Reginaldo Rossi em versão 2015. Uma banda boa e madura para a proposta que quer apresentar e com personalidade própria.

A segunda banda Hell Oh! Começou honrando o nome do evento com muito barulho de rock. São meninos, me pareceram jovens e descontraídos. Levam um som indie/alternativo e é inevitável não os comparar com Placebo. Os carinhas são de Lumiar/RJ e novos inclusive na sua formação, têm muito ainda o que mostrar.

A terceira e última banda foi a cereja do bolo, Far From Alaska, a mais esperada e provavelmente, a melhor banda do gênero que já passou durante o ano decorrente do projeto.
Sou suspeita em dizer, porque conheci ao acaso o álbum modeHuman no início desse ano e, me apaixonei de imediato. Ouvi, ouvi e quando li sobre a origem da banda fiquei surpresa em saber que são de Natal/RN, achei que fossem estrangeiros. Deve haver narizes torcidos por cantarem em inglês, mas a música precisa de encaixe e isso independe de patriotismo. Fora da música eles carregam o sotaque sem o menor problema.
O som da banda eu não consigo definir, mas sei que é rock, com timbre impecável e muitos efeitos de voz da vocalista Emmily Barreto, muito sintetizador da Cris Botarelli e todo peso e profissionalismo do baterista Lauro Kirsch, do guitarrista Rafael Brasil e do baixista Eduardo Filgueira.

FFA teve reconhecimento artístico rápido e merecedor desde seu surgimento em 2012. Veio com tudo para provar que para uma banda alcançar seus objetivos, ela não precisa se incluir em movimentos, se limitar, apelar, se rotular.

O evento foi longo, foi além do Rio de Janeiro, quebrou paradigmas e eu me diverti tanto que nem fiz fotos. Compareci em quase todas as edições, com exceção de três. Me lembro da primeira edição, desta eu inclusive postei fotos. 
Vida longa ao projeto Novo Rock, seus idealizadores e Centro Cultural Imperator... Viva o rock!





quarta-feira, 27 de maio de 2015

O ódio é cordial


Ao ler casos de serial Killers, psicopatas e homicidas dos anos 60, percebe-se que matar, nunca foi exclusividade do Brasil e muito menos questão de atualidade.
Por volta do ano de 1800, existiram casos absurdos como os de Mary Ann Cotton, inglesa que matou mais de 20 pessoas, incluindo seus próprios filhos, com arsênio. É a assassina serial mais conhecida de todos os tempos. Matou três maridos, um amante e diversas crianças para obter dinheiro do seguro. Foi enforcada em 24 de março de 1873 e o caso de Jack, o estripador, responsável pelo assassinato de prostitutas na área de Whitechapel, durante o ano de 1888, em Londres. 
Nem sei se devo relembrar o tempo da inquisição, escravidão, Tiradentes e Lampião. 

Desde que existe mundo, existe a violência (vide história). A mídia sim, é coisa nova. 
Hoje temos uma enorme gama de informações e liberdade de expressão, ou seja, lemos e escrevemos absolutamente qualquer coisa, isso inclui difamação, mentiras, crenças e boatos, mas tanta informação agora e, a restrita de antigamente, nos fazem ter a impressão de que o índice de violência atualmente é maior, mas ele apenas oscila.

Do que adianta esbravejar palavras de intolerância sobre a própria casa agora? Se o Brasil é o pior País para se viver, por que procriar nele? Por que permanecer nele? Fora do Brasil não existe paraíso, tanto sabemos que, permanecemos.
É possível direcionar as energias de ódio para melhorarmos como patriotas, como pessoas, se quisermos.

Já vi muita gente de classe social humilde, porém, não miserável, com casa alugada ou comprada, com emprego e família, se comparando com um menor, negro, morador da favela onde só tem UPP e tratando a comparação pela internet do Iphone. Alegam que são pobres e nem por isso viraram bandidos. Um clichê analógico simplista para uma situação social tão complexa. 
É como eu já disse, não é questão de meritocracia, partimos de pontos diferentes na vida, uns mais a frente (ou bem mais a frente) que outros. Sejamos mais realistas e gratos. Se hoje temos dignidade, foi por mérito, mas também, por oportunidade e orientação. Me pergunto porque essas pessoas que tem a fórmula do sucesso, ainda não resolveram o problema do País. Me pergunto também qual a vantagem de se imitar estratégias fracassadas de outros Países (Essa já é uma questão para longos debates).

A verdade por trás das tragédias podem derivar de outras tragédias: preconceito, diferencia social, racismo, falta de oportunidade, discriminação, etc; Como um ciclo de ódio vivido por séculos e, que me faz lembrar de frases em alta, porém, bem antigas, dos grupos radicais da internet: “Ta com pena? leva pra casa”, “Bandido bom, é bandido morto”, “queria ver se fosse com você”, “tem que matar” e “se pode votar, casar e fazer filho, já pode ser preso”. E apesar disso, poucos sabem, ou ignoram sua parcela de culpa nesta situação. Se isentar, sentar num computador e invocar o Hater que existe dentro de você, fica fácil para quem aponta tanto.

“Somos um povo tão religioso e cristão, mas que ignora intencionalmente diversos ensinamentos de Jesus Cristo. Não amamos ao nosso inimigo, não damos a outra face, não deixamos de apedrejar os pecadores. Esquecemos que a ira é um dos sete pecados capitais. Gostamos de ficar presos na fantasia de que vivemos numa ilha de gente de bem cercada de violência e barbárie e que a única solução para nossos problemas é exterminar todos os outros que nos cercam e nos amedrontam. Mas quando tudo for só pó e solidão, quem iremos culpar pelo ódio que ainda carregaremos dentro de nós?”
Fonte: http://www.gluckproject.com.br/a-historia-do-odio-no-brasil/



Recomendo este vídeo da palestra com o Historiador Leandro Karnal - O Ódio no Brasil - CPFL Cultura





segunda-feira, 4 de maio de 2015

O 15º debute.

Niterói, 2014.

Comemorei a idade que nem eu mesma acredito ter. Chegou a hora de pagar as contas da vida e, se ajustar porque vem aí a desaceleração do metabolismo, perda de tecido ósseo e muscular, dores nas costas, etc. Mas e daí? Comecei a corrida contra o tempo e posso me tornar mais interessante por isso. Já dizia Honoré de Balzac: "Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido." 

Aos 20 me diziam que quando tivesse 30 eu não ouviria mais rock, que rock é uma onda passageira, que eu teria aos 30, vontade de ter filhos, não usaria mais roupas infantis e obscuras e, que eu seria ótima bióloga. Pois hoje tenho 30 e o que mudou foram os presságios alheios. Pode ser que algo se concretize, nunca se sabe, mas que seja aos 40. Nunca tive pressa, agora então... ZzZzZz.

O que sempre foi presságio e cada vez se torna mais evidente, é como algumas pessoas me definem (não sei se pejorativamente) ser “do contra”. Ser do contra é oposto dos personagens “Maria vai com as outras”, “em cima do muro” e “sem sal”, do tipo que é eliminado rapidamente de Reality shows. Oposto dos sem opiniões, mornos e normóticos. Então, aos 30, aprendi que, ser do contra em dias atuais, é um baita elogio, quase um Nobel. Me relaciono melhor com pessoas semelhantes, admiro nos outros o que tenho em mim: opinião própria! 
Do que vale as frases prontas, o compartilhamento de textos que não são seus, a identificação completa e fazer de outras palavras, as suas?
Entendo que todos devem ser respeitados em sua esfera comunicativa, ou na sua falta de comunicação e é por esse motivo que me relaciono sem questionar, é como dizem: cada um no seu quadrado. E entendo também que meu “quadrado” é mais suscetível a criticas, construtivas e depreciativas. Estou mais exposta, sem medo, dando a cara à tapa, e isso pode incomodar. 
Realmente deve ser difícil compreender alguém que não mantém opinião padronizada. 
Hoje aos 30 anos quero continuar a ser o que sempre fui, fazendo quem gosta de mim, gostar ainda mais. Sem carência, sem querer agradar por interesse, sem ambição, sem muitas coisas.
Sei quem sou, me orgulho disso, e há quem goste!
E assim, lá se vão 29 anos de muitas decisões, marras, pirralices e amor!

Adorei a comemoração de véspera junto com amigos, muitos amigos. Namorado como DJ e baterista, meus xodós das bandas e toda alegria que envolveu a noite. No dia, só a família, que é grande, mas coube todos em casa.
Sou grata a tudo e todos que fizeram/fazem parte desse mundo Binha.
Let’s go!






quinta-feira, 16 de abril de 2015

Meritocracia?$



Eu não sou contra que competência e experiências individuais sejam parâmetros de avaliação, mas utilizar a meritrocacia como justificativa soberana de como se chegar ao topo, sim, sou contra. Não há como ignorar que partimos de pontos diferentes, uns mais à frente (muito mais à frente) que outros. O acesso às oportunidades é desigual. Por exemplo: enquanto eu dependia de trabalhar para bancar minha faculdade, prejudicando meu tempo de estudo e sono, via algumas pessoas aguardando o término do seu curso financiado por terceiros, com tempo livre, para depois ingressar no emprego. Nas férias eu, no máximo ia até Angra dos Reis visitar a minha tia, enquanto meus amigos faziam intercâmbio. Até aí, ok, cada um vai até onde pode ir, mas nunca queiram comparar os suores.

O pobre vence, tem que vencer, porém, sua linha de largada encontra-se mais distante da linha de chegada. Será sempre uma vitória mais suada. Piora ainda mais se esse pobre for negro, gay, mulher, deficiente ou/e transsexual. Não curto vitimizar, parece chute em cachorro morto, mas vejo a necessidade de lembrar aos de "vida fácil" que eles não são melhores que ninguém só porque possuem diploma, cargo ou dinheiro. Assistimos em nosso cotidiano discriminação por negros, sotaques,  gênero, opção sexual, religião, nível socioeconômico entre outros e, esses preconceitos persistirão enquanto pessoas soberbas existirem.

O sistema de cotas exige que, antes da igualdade, tenha-se justiça. Um sistema que compensa a falha de desigualdade educacional e de oportunidade. É claro que, o ideal seria melhorar a educação pública e ampliar o acesso acadêmico privado, mas como sabemos que a solução não é tão fácil assim e que depende muito mais da mudança mental da sociedade, eis que o sistema de cotas veio para maquiar a desigualdade educacional no país.
Em São Paulo foi lançado o programa transcidadania, fruto do projeto articulado por secretarias e o prefeito Fernando Haddad (PT), que deixou muita "gente" com ódio, gente que tem uma vida sem os obstáculos dos preconceitos, os mesmos que querem dividir por rótulos o convívio social. Esse é mais um exemplo de que é preciso repensar sobre o porquê das cotas.

O Brasil é terra onde o europeu teve a “audácia” de se misturar aos nativos e escravos criando, assim, o povo Brasileiro. Somos misturas do fino com o simples, tornando todos iguais, ainda que a minoria não queira.


domingo, 5 de abril de 2015

Intangível


Somos feitos de fé, ela nos motiva, nos surpreende e a resgatamos em momentos de desespero.
Cultivar boas intenções e esperança, independe de dogmas, regras e demagogia. 

A desordem espiritual desestrutura a fé, fazendo um indivíduo se apegar na crença que lhe convém no momento. Temos realmente que crer em algo, em si mesmo, na natureza, milagres, no que for, é saudável, o problema é quando se toma pra si a razão, superioridade e hipocrisia. 

Toda religião é tabu, são indiscutíveis pois implicam razão e soberania ilusória. É subordinação e por isso incita guerras e individualidades. A fé caminha independente, interiormente em paz, transcendendo orientações especuladas.

Não quero, todavia,  GENERALIZAR e,  sim,  salientar analogicamente  religião e fé, até porque, ao meu ver, são caminhos paralelos, não iguais. O que não impede de uma religião, apesar de imperfeita, nos fazer refletir socialmente e nos dar liberdade de discernimento. Eu fico somente com a fé. 

Mais vale sua intenção, compaixão e atitudes do que uma disciplina egocêntrica, onde impera os próprios interesses (políticos, financeiros ou de conduta). Por vezes, pessoas se autodefinem como bondosas com a justificativa de nunca ter feito ou desejado mal a alguém. Não fazer o mal é respeito, temor, limite, obrigação, exceto bondade. Bondade é ato. 
Que tenhamos mais atos, deixando de lado preconceitos, as opiniões obsoletas e o "o que vão pensar de mim?".

domingo, 8 de março de 2015

Mulher, sim. Objeto, nunca!


Muitas mulheres trocariam os parabéns, pelo respeito. É como se recebemos parabéns por não termos liberdade de usar as roupas que suportem 40◦, por não termos autonomia sobre o próprio corpo, por sermos taxadas de puta quando queremos sexo casual, por sofrermos estupros, por termos que nos encolher no banco de ônibus enquanto o “macho” senta ao lado com as pernas bem abertas, por sermos vítimas de mutilações genital, por sermos vendidas ou trocadas e todo o histórico de covardia e submissão que nos envolve até hoje.
Chega de fundamentalismo, conservadorismo e preconceitos. Ah, por falar nisso, quero deixar um salve às mulheres transexuais. Essas pagam o preço do defeito vindo desde a maternidade, cobrado por quem não tem nada a ver com vida delas.
Não quero desta forma vitimizar as mulheres, generalizar, tão pouco parecer feminista no significado pejorativo da palavra. Se quer me rotular, pois que seja de feminista ao meu ponto de vista. Não sou anti-homens (tenho praticamente apenas amigos do sexo masculino), não sou “sapatão” (e daí se fosse?!), uso maquiagem porque gosto, sou imperfeita e mulher. É meu dever, como tal, lembrar que esse não é um dia de muitas comemorações. Devo além de tudo enfatizar que, meu recado não é destinado apenas aos homens, mas também às mulheres que aceitam a condição de opressão depositada em nossas costas e as que concordam com os paradigmas arcaicos.
Por outro lado, devo dizer aos machistas: é graças a sua boçalidade que cada vez mais nos tornamos melhores para nós mesmas. Obrigada!



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A mais antiga cerimônia de premiação na mídia


Amo filmes e gostaria de ter mais tempo e dedicação para vê - los. Sou uma cinéfila rabugenta: não gosto de ir ao cinema, assisto filmes baixados pela Internet, on line ou os compro. Gosto do conforto e liberdade do lar, além de poder escolher meus parceiros de poltrona (ou escolher estar só). O fato de já ter estudado teatro e cinema me tornou uma crítica chata, quem me conhece sabe que pra eu gostar de um filme, é difícil, mas quando gosto, revejo, indico, revejo e revejo.


Os filmes indicados esse ano ao Oscar, me ganharam, especialmente Boyhood pela simplicidade e realidade sutil de mostrar uma relação familiar, seu cotidiano e amadurecimento. Um filme suave que nos remete ao nosso passado fazendo que identifiquemos algumas situações do cotidiano. Eu estava torcendo por este longa com certa culpa: não assisti (ainda) Birdman, nem O grande hotel Budapeste. Mas vi Whiplash e A teoria de tudo. Gostei muito destes dois últimos. Whiplash cai muito bem para quem é musico ou tem familiaridade musical. A teoria de tudo além de biográfico (gênero que adoro), fala basicamente sobre amor e superação de uma rara e grave doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica (ELA).
 


Não me lembro de uma premiação do Oscar tão difícil, pelo menos pra mim. Em todas as categorias de disputa, era tudo lindo.
 

Torci ferrenhamente pelos atores J. K. Simmons (Whiplash), Patricia Arquette (Boyhood), Julianne Moore (Para Sempre Alice) e Eddie Redmayne (Boyhood) em suas respectivas indicações. Meryl Streep não ganhou como melhor atriz coadjuvante. E quem disse que ela precisa?! Pior mesmo ficou para Jennifer Aniston, injustamente sem indicação. Particularmente ela me pareceu chateada. Ao se apresentar no palco junto do ator também injustiçado do filme Selma, ambos aparentavam um olhar de "poxa, não foi dessa vez". Fotos do tapete vermelho mostraram Jennifer super divertida e cheia de caretas fofas antes e depois da premiação.
Lady Gaga, em sua homenagem ao 50º aniversário de A Noviça Rebelde, estava estranhamente normal, vestida com um deslumbrante vestido branco e pouca maquiagem. E que voz! 

Sobre os discursos? Nem preciso dizer que foram os diferenciais da festa.
Depois desse resuminho do Oscar 2015, nada mais legal que ficar com os memes resultantes da noite...


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O que pensar sobre o aborto?


Nunca engravidei e,  caso isso aconteça, sendo planejado ou por “surpresa” (o que será mais provável), eu não abortaria; não por questões de criminalização e tão pouco por religiosas, mas sim por reconhecer agora um maior preparo pessoal para encarar esse desafio que é gerar e criar um Ser, embora achemos que seríamos melhores mães do mundo, até ter um filho. Não tenho planos de ser mãe biológica, mas se eu for, darei o melhor de mim, sempre visando à felicidade. Mas esta é minha condição atual, minha! Isso não quer dizer que eu tenha o direito de julgar quem pensa em tomar decisões diferentes, pelo contrário, a mulher tem direitos sobre seu corpo e sua vida, bem como a vida por ela gerada, principalmente se ela estiver só.
É de tamanha hipocrisia, mães que têm boas condições financeiras, parceiros dedicados e um planejamento familiar, quererem julgar as que têm condições opostas, que têm realidades diferentes.
Sexo é uma necessidade fisiológica; ainda assim, lembro-me de já ter ouvido frase desse tipo: “Se não queria o bebê, por que transou?”. A questão não deveria ser essa, elas, essas mulheres, deviam poder ter opções verdadeiras antes de engravidarem. 
Se mesmo com uns contra e outros “a favor do aborto”, ele acontece, então que seja de forma segura no início da gravidez.
Não apoio o aborto, tão pouco o criminalizo. Acredito que até quem o faça não esteja acordando com o ato, mas sim, tendo a necessidade de adotar uma atitude rápida. Devemos pensar que o aborto é um problema grave de saúde pública no Brasil, que clínicas clandestinas também matam e lucram. Que algumas gestações causam risco à vida da mãe ou/e da criança e,  por fim, que os estupros acontecem.
A educação sexual na sala de aula e em casa, são grandes aliados para evitar futuras gravidezes indesejadas e consequentemente crianças com futuros incertos.
Desafio você que é contra o aborto, adotar alguma criança que vive na rua sob condições precárias em que a mãe dela pode dar por não poder ter alternativa de querer ser ou não mãe. Não é porque deu certo com você e foi seu sonho, que será da mesma forma com outras mulheres. O destino do seu filho está sendo cuidado, importe-se com os demais.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Felicidade relativa, normose e simplicidade


Eis a infinita busca: felicidade! Ela é tão frágil e complexa, que me atrevo a defini-la como inexistente, porém, amplamente desejada. Para não me parecer tão incisiva, a defino então como incontínua, afinal, também desejo ser feliz, logo, acredito na sua lendária existência, mas não acredito no termo "sou feliz", e sim no "estou feliz". Quando ouço alguém afirmar que é feliz, procuro pensar que esta pessoa não sabe o que está falando. O dia que alguém for feliz, digo, sempre feliz, sua vida não terá propósito, porque nossa caminhada advém basicamente na procura da felicidade, alguns desistem, outros, persistem. 
Entre idas e vindas, altos e baixos, existem a satisfação e a dor, resultando em amadurecimentos. Só suportamos tais angústias vividas porque fazem parte da nossa condição enquanto Seres Humanos. 
Não há fórmula para a felicidade, o que parece bom para uns, não tem o mesmo efeito para outros. Em outras palavras, felicidade é relativa. 
O normótico tem a conformidade de não ser capaz (ou não gostar) de viver aventuras. Já o sem "pés no chão", tenta se aventurar entre as amarras sociais. Sendo assim, apetecem demasiadamente de realizações diferentes.
Definitivamente o comportamento normótico não me representa. Estive infeliz por ter buscado tal comportamento um tempo atrás. A pressão que me foi exercida durante um período para que me tornasse padronizada, hoje tem nome: normose patológica. Agora sei que minha felicidade não depende do padrão de felicidade comum. Não é necessariamente um sonho o casamento, filhos, trabalho e muito dinheiro. Não quero perder o sentido da minha vida tentando me enquadrar no consenso social. Minha felicidade depende da minha liberdade, liberdade de não ter compromissos, de poder fazer o que quero, quando quero e o que gosto, tendo sempre a consciência de que sou livre respeitando o limite, que vai até o outro ser.
Sou vista como "do contra", idealizadora e temperamental, e sou se levo em consideração a fabricação em série no qual as pessoas permitem se criar. Já larguei faculdade porque não a julguei relevante, larguei ambientes de brigas, larguei empregos onde não estava me sentindo bem, larguei palavras onde achei que deveriam ser ditas. Simplesmente largo o que me pesa, já carreguei peso o suficiente até aqui. Ainda tenho muito que largar e agarrar, mas sobre isso, só eu me permito ditar e sem esperar aprovações, mesmo que isso custe a inquietude de quem amo e a incompreensão de outros que jamais saberão o que é ser livre.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Tráfico de vidas


Me impressiona a frieza com que algumas pessoas desprezam em rede social outras pelo erro alheio. Muitas dessas que julgam, me surpreendem por acreditarem numa religião, ignorando o perdão, a mudança humana pra melhor, guardando rancor e se alimentando de ódio achando que estão clamando por justiça.
Quando executaram na Indonésia o brasileiro traficante, Marco Archer, eu li e ouvi absurdos do tipo: "tá com pena? Leva pra casa", "de traficante passou a herói" e por aí vai. Executar alguém é crime, cruel e frio. Quando você é a favor dessa barbaridade, se torna tão cruel quanto o que executa a ação. Já se colocou no lugar de mãe desse cidadão? Faço essa pergunta imaginando resposta como: "se fosse meu filho, não faria isso", como se alguém pudesse prever o futuro.
Comparo a atividade de Marco Archer com a de um dono de bar, ambos vendem drogas, com a única diferença de legalidade. 
Matar traficantes é claramente desproporcional ao impacto à vida humana causada pelo produto que vendem. Matar é menos trabalhoso que recuperar,  mas levar alguém à morte é um erro irreparável.

"Não há evidências confiáveis que atestem a eficácia da pena de morte em prevenir crimes. O próprio fato de as pessoas, mesmo sabendo desse tipo de pena, continuarem a cometer crimes, é prova disso", explica Rafael Franzini, representante no Brasil do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
Sou contra a pena de morte, execuções e qualquer tipo de violência seja ela de quem for  e acho que nada  justifica os atos extremos. Sou contra o atentado ao Charlie Hebbo, independente do que os cartunistas fizeram, sou contra o terrorismo de Boko Haram na Nigéria causado por divergências religiosas e tantos outros atentados de pequena ou grande escala, aqui ou fora do Brasil.

Não basta esperar ajuda de forças superiores, é necessário que pessoas contra essa carnificina tomem posição e se manifestem. Acredito na política de recuperação e nas leis que respeitem o Ser, como errante e como aprendiz. Não ao tráfico de vidas!