quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Renovação anual


Viva! Está chegando o fim do ano. Como diz Simone: “o ano termina e nasce outra vez”. Renascer, renovar, transcender é tudo o que precisamos para motivar a existência.
É tempo de pensar no que se fez e no que se pode mudar. Fazer planos e colocá-los em prática. Em minha opinião, o mais bacana do final do ano são as reuniões, o festejar, a união familiar, o tempo de esperança, o reencontro com os amigos e todo o clima mágico que envolve a data. Por mais que, por algum motivo se negue ou se ignore tal magia, o clima se faz contagiar. Fazemos nossa retrospectiva, e a partir dela, promessas de que algumas coisas não se repetirão e que as boas permanecerão.

Há quem lamente as mesmices comemorativas do final de ano: Roberto Carlos, Simone com sua canção de ninar, filmes do tipo “Esqueceram de mim”, merchandises das lojas, vinhetas irritantes e músicas natalinas. Talvez seja uma tática para nos desesperarmos ainda mais para ver o último mês do ano acabar. Há quem goste! Eu prefiro o clima natural que o apelativo.
Está chegando o dia em que esperamos pelos votos de bênçãos e muitos “Likes” nas postagens de felicitações. Algumas pessoas mergulham de cabeça no consumismo se dedicando às compras de presentes, de roupas novas e muita comida. Ora, será que não podemos fazer tais compras e confecções durante o ano, moderadamente? Mas o povo gosta de correria. E assim se segue ano após ano uma loucura o fim do ano.

É uma pena pensarmos que apenas nos finais de ano devemos festejar, quando na verdade esta data deveria ser rotina. E porque não?
Conforta-me saber que ao menos um dia no ano a solidariedade é quase universal. 

A vida é mais que um calendário, ainda assim... Feliz 2014!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A necessidade de aprovações

 'Pôr do Sol em Montmajour' Último quadro de Van Gogh.

Se pudermos parar para observar com atenção, veremos que algumas atitudes nossas só são feitas para a aprovação do outro. Temos uma necessidade de saber o que os outros estão achando a partir do que se foi mostrado ou exibido.

Já ouvi muita gente dizer: “Não ligo para o que os outros pensam de mim.” Vamos lá...

A estrutura de toda a nossa vida é essa que nos foi ensinada: a menos que exista um reconhecimento, nós somos ninguém. É uma armadilha social na qual caímos e não conseguimos sair. Mesmo que sejamos capazes, temos que fazer provas na escola e concurso público para prosseguir . Não basta sermos capazes, temos que provar isso.

Vincent Van Gogh, foi um dos poucos que não caíram nessa armadilha. Viveu como um mendigo, mas não deixava de pintar seus quadros porque era seu prazer e ninguém reconhecia seu trabalho, mas ainda assim ele os fez. Cometeu suicídio não por desespero, mas porque já havia encerrado seu desejo e trabalho de pintar. Ele definitivamente não se preocupou com o reconhecimento.

Querem nos dar medalhas, premiações, prêmio Nobel. E queremos receber. E por que não fazer algo de nossa própria vontade, sem querer reconhecimentos alheios?
Se ajudamos alguém, deve ser por amor, se quer algo em troca ou reconhecimento é porque o fez por interesse pessoal.
Se quer parecer jovem, contente-se com o que você acha parecer, sem cobrar elogio do outro ou o desespero de provar para mundo que não está velho (embora a velhice em minha opinião, seja bela e sua negação um preconceito). 
Se temos uma profissão devemos faze-la por prazer e não para ostentar, se aproveitar ou querer elogios sobre sua função.


É natural que aplausos e elogios nos motive a irmos longe, mas a dependência de aprovação da sociedade pode ser doentia. Não induza, se o elogio vier, aceite-o com humildade, se não vier, não o peça, não se importe pois você sabe o valor que possui.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Conto de Amélia ou Amelie?


Era uma vez, uma linda princesa que esperava pelo príncipe encantado. Quando finalmente ele chegou para pedir sua mão em casamento, ela pensou melhor e decidiu trabalhar, comprar um apartamento, viajar com os amigos ajudar a família, abrir uma ONG, adotar uma criança e foi feliz para sempre! Algo de errado no conto? A Disney diria que sim.

Primeiramente, uma princesa de conto de fadas Disney tem que ser jovem, bela, incapaz de se salvar e com um único objetivo: casar para ser feliz. Assume-se que o casamento com o homem “certo” é uma garantia de felicidade e a adequada recompensa para uma jovem sensata.
Nos contos, o feminino é estereotipado, os das boas meninas (belas, submissas, fracas e virgens) e das más (feias, violentas, sozinhas e encalhadas). Esta caracterização implica que, se uma mulher não aceita o papel que o sistema lhe apresenta, então o único que lhe resta é o de um ser monstruoso e que terá um terrível final.

Vejamos o conto da Bela Adormecida, tadinha, ela só queria dormir, descansar e daí vem um príncipe e a acorda (estou sendo irônica). E ela ainda tem que casar com o homem que a beijar, independente do sentimento de ambos.
Como admirar a Cinderela com sua submissão à família e a espera dela por um homem que a salve?
Branca de Neve, a matriarca das princesas. Teve o papel de mãe de 7 anões e tinha que arrumar a casa e cozinhar para eles como escrava enquanto esperava pelo príncipe.

Os valores machistas (de homens e mulheres) estão por todas as partes. Procure um brinquedo para menina e encontrará: vassouras, pias de lavar louça, tábuas de passar roupas, carrinhos de compras e bebês, tudo em tons rosa.
Por mais que se fale hoje em modernidade e avanço da sociedade, tais contos e mentalidades arcaicas ainda assombram a sociedade subversiva do tão falado século XXI. 
Se ainda hoje em dia uma mulher disser que não sabe cozinhar, as pessoas se espantam, tenho isso como experiência, será que para ser mulher tenho que cozinhar?


Não sou contra o casamento, a não ser que, o casamento seja visto como única forma de felicidade ou satisfação à sociedade. Não sou contra ter filho, a não ser que,  te-lo seja um ato egoísta de carência, por motivos religiosos de procriação ou achar que só se constitui uma família se houver um herdeiro. Não sou contra as donas de casa, a não ser que, você esteja acomodada com a situação. Não sou contra a virgindade, a não ser que, você só esteja se privando por temer aos algozes. Não sou contra a Amélia de Mario Lago, se ela é feliz e vive a vida que quis. E nem tão a favor da Amelie Poulain se ela não estiver sendo verdadeira.

Mulher, entenda, você pode ser o que quiser, desde Cinderela a ativista, mas primeiro pense se é isso o que deseja ou se está apenas obedecendo ao sistema.  O machismo também é praticado por mulheres, aquelas que aceitam ser segundo plano. Seja feliz como queira, sendo sincera consigo mesma.