segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Multimídias touretticas


Após 300 visualizações sobre o artigo que fiz sobre a Síndrome de Tourette, resolvi complementar o texto anterior. Fiquei feliz, porque cada vez que uma pessoa se interessa em ler algo sobre a ST, menos uma criatura ignorante e preconceituosa conheceremos.
Como muitos já sabem, me importo pela causa não só porque convivo com uma pessoa que tem a ST, mas também pela falta de informação, pesquisas e parâmetros médicos pelo qual a ST é submetida, digo isso pelos diagnósticos tardios relatados em depoimentos e pela procura cansativa por um profissional que tenha conhecimento da síndrome. Certa vez, ao procurarmos um psiquiatra, ele consultou um livro na nossa frente para saber o que é ST e enquanto conciliava a pesquisa com sua conversa no msn, nos disse: “Terão que procurar um outro profissional”, mas na verdade ele deveria ter ocultado a palavra “outro”em sua única e finalizadora frase.


Existem também as distorções de informações, por exemplo, no site do Dr. Drauzio Varella, onde há um resumo do tema, ele diz que os tiques persistem por mais de um ano. Ora, mais de um ano? A vida inteira, Dr.

Um site que gosto e considero mais completo para leigos no assunto é esse: http://saude.hsw.uol.com.br/tourette.htm por incrível que pareça.  Aparentemente é um pouco bagunçado, mas tem bastante conteúdo.

Podemos ler muito sobre tourette e pouco se pode entender. Embora hoje tenhamos uma ampla rede de informações, poucas relatam rotinas, sentimentos, dificuldades e o pior dentre esses: o preconceito. Comentam-se muito sobre as características físicas que são tão ruins quanto os danos psicológicos, por esse motivo, cria-se a incompreensão de atos e pensamentos dos portadores de ST.

Na semana passada, o tema foi abordado num programa popular. Quando finalmente a ST se tornaria conhecida verdadeiramente, a oportunidade caiu por terra. O programa começou satirizando os tiques e os comparando com manias de pessoas comuns. Após exibir vídeos realistas de pessoas no auge de suas crises “touretticas”, entrevistaram dois portadores de ST que não fazem tiques, por fim convidaram uma psiquiatra que comentou sobre a ST didaticamente, como se a teoria conseguisse definir a complexidade da síndrome. Ao menos o nome se tornou um pouco mais conhecido e quem sabe foi dado o primeiro passo de uma popularização do assunto. E que seja uma divulgação mais fiel e sincera que sensacionalista. Vejam... https://www.youtube.com/watch?v=E76Sa0seZng#t=57.

Certa vez, ao ler as personalidades do signo do meu namorado, percebi que não era o mapa astrológico que o definia, nada era compatível. Não que eu vá acreditar em horóscopo, mas alguma característica tem que coincidir com a pessoa do signo já que as definições estabelecidas são comuns. Mas percebi que o que define a personalidade do meu parceiro é a sua própria síndrome. Tudo o que ele é, pensa, age e sonha foram determinadas pela ST, um horóscopo à parte. E cada “tourettico” tem sua personalização. Já conheci o mais revoltado com sua situação de portador, outro que ignora o quanto pode a ST para viver socialmente, um que se isola do mundo e por fim o meu “tourettico” maluco beleza. Todos irmãos em tourette!

Não importa o que você leia, tenha ouvido falar ou pense sobre a ST, é preciso conhecê-la para respeitá-la.