sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A loucura do teatro


Em 2009 por insistência de um amigo e pelo meu impulso de querer aprender novidades, entrei para um grupo iniciante de teatro. Sempre fui retraída, então achei que essa seria minha oportunidade de mudança.
Primeiramente foi ótimo conhecer pessoas novas, algumas como eu, outras que pareciam estarem ali para lapidar um talento natural.
Conheci também “o cara”: professor, diretor, ator e administrador do teatro. Uma pessoa determinada que exala alegria, conhecimento e segurança. 

Foram 8 meses de aprendizado. Uma experiência única na qual aprendi além de atuar, entender o cotidiano, as pessoas e suas atitudes para poder representa-las no palco.
As aulas eram surpreendentes, cada dia uma superação, um mico, uma libertação. Éramos livres de julgamentos, poderíamos ser oque quiséssemos.

Em um workshop ele representou um louco, mas antes, explicou que, o louco nada mais é que uma pessoa normal valorizando excessivamente tudo, intensifica uma discussão, imagina situações para não cair no tédio e não se importa com opiniões. Na hora que ele explicava isso, caiu uma pena sobre sua cabeça, então ele a pegou e começou a assopra-la em silêncio, numa dança lenta, com os olhos vidrados nela, como se ninguém mais estivesse perto. Ele finalizou dizendo: - é isso! A partir desse dia loucura para mim teve outro significado, outra beleza e compreensão.

Enfim, após 7 meses de mudanças positivas, chega a hora de definir os personagens da peça "Dívidas- A comédia". Fui escolhida por quase todos da turma para ser a protagonista de uma das esquetes, uma perua falida chamada Clotilde. Foi um mês de ensaios exaustivos que iam até a madrugada.  E então, chegou o dia da apresentação e foram 3 dias seguidos. Nunca tive tanta dor na barriga, tanto nervosismo e suor na minha vida.
Gostei tanto da experiência, que fui fazer interpretação para cinema. Que professora maravilhosa! Eu amava as aulas de expressão corporal e as gravações.

Embora ambos os experimentos tenham dado certo e que tenham sido maravilhosos, eu não quis me aventurar ainda mais, me bastou o vivido tanto no teatro quanto no cinema. Levo esse período na lembrança e sempre o recomendo, acho que todos deveriam fazer mesmo que seja só por curiosidade.

Me foi aberto um leque de inspirações, onde a partir daí me apaixonei pela arte de um modo geral e tudo oque ela pode nos oferecer na vida.

Dedico essa lembrança aos meus amigos do grupo Liquidificart, Teatro Arthur Azevedo, Moises Bittencourt, Cinema Nosso e Ana Cristina Cunha.