domingo, 28 de setembro de 2014

Compreendendo a enfermidade contemporânea


Não se pode entender o que não se conhece. Não se discute o que não se viveu. Temos apenas uma ideia do que seja, às vezes uma ideia bem próxima, mas ainda assim, não o suficiente. Neste momento, estou assimilando o que me era incompreensível antes. 

Venho como caloura caindo de paraquedas no mistério das doenças psicológicas, digo, estou doente, levemente doente. Uma espécie de paranóia vinda de traumas vividos recentemente e de violências vistas por algumas vezes de frente. Por conta disso, adquiri uma taquicardia, um descontrole da respiração e nervosismo pós-sintomas. Clinicamente, não tenho nada além de 'simples' taquicardia, ansiedade e estresse e cada vez que ouço isso, (pelo menos 10 vezes nos últimos meses pelos médicos) fico mais encucada. Quantos mistérios terei que desmistificar da mente?

Enquanto duramente saudável, eu mantinha uma teoria pessoal de que as doenças psicológicas, paranóias e medos quando não se adquiria geneticamente, era pelo ambiente, e a teoria hoje se confirma pelo menos no meu caso. Explico: Se você convive com pessoas que falam sobre o assunto, presencia tais loucuras, convive com a pressão profissional, a pressão que exercemos sobre nós mesmos, assiste impotente as corrupções (que vai desde os ‘fura filas’ até o governo) e cobranças naturais do tempo, fazem com que as chances da sua mente contrair e aceitar determinados 'descontroles' se elevem. É claro que alguns seres têm a proeza de postergar ou até mesmo ignorar definitivamente tais doenças, mas me limito a entender tal fenômeno, apenas admiro e almejo.


É uma batalha particular, onde os dois lados da moeda se confrontam no campo chamado "eu". Uma angústia toma conta do peito e a partir daí tenho que lutar contra esse sentimento, enquanto o meu físico mantenho sem esboçar qualquer esforço. Sinto-me mascarada.

Ainda trabalho, escrevo, saio, vivo como antes, sem compartilhar com ninguém a hora do meu desespero, não tenho nada demais, só uma bobagem momentânea. De boa. Conheço os loucos e estou longe dessa insanidade mental genial.