terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A mais antiga cerimônia de premiação na mídia


Amo filmes e gostaria de ter mais tempo e dedicação para vê - los. Sou uma cinéfila rabugenta: não gosto de ir ao cinema, assisto filmes baixados pela Internet, on line ou os compro. Gosto do conforto e liberdade do lar, além de poder escolher meus parceiros de poltrona (ou escolher estar só). O fato de já ter estudado teatro e cinema me tornou uma crítica chata, quem me conhece sabe que pra eu gostar de um filme, é difícil, mas quando gosto, revejo, indico, revejo e revejo.


Os filmes indicados esse ano ao Oscar, me ganharam, especialmente Boyhood pela simplicidade e realidade sutil de mostrar uma relação familiar, seu cotidiano e amadurecimento. Um filme suave que nos remete ao nosso passado fazendo que identifiquemos algumas situações do cotidiano. Eu estava torcendo por este longa com certa culpa: não assisti (ainda) Birdman, nem O grande hotel Budapeste. Mas vi Whiplash e A teoria de tudo. Gostei muito destes dois últimos. Whiplash cai muito bem para quem é musico ou tem familiaridade musical. A teoria de tudo além de biográfico (gênero que adoro), fala basicamente sobre amor e superação de uma rara e grave doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica (ELA).
 


Não me lembro de uma premiação do Oscar tão difícil, pelo menos pra mim. Em todas as categorias de disputa, era tudo lindo.
 

Torci ferrenhamente pelos atores J. K. Simmons (Whiplash), Patricia Arquette (Boyhood), Julianne Moore (Para Sempre Alice) e Eddie Redmayne (Boyhood) em suas respectivas indicações. Meryl Streep não ganhou como melhor atriz coadjuvante. E quem disse que ela precisa?! Pior mesmo ficou para Jennifer Aniston, injustamente sem indicação. Particularmente ela me pareceu chateada. Ao se apresentar no palco junto do ator também injustiçado do filme Selma, ambos aparentavam um olhar de "poxa, não foi dessa vez". Fotos do tapete vermelho mostraram Jennifer super divertida e cheia de caretas fofas antes e depois da premiação.
Lady Gaga, em sua homenagem ao 50º aniversário de A Noviça Rebelde, estava estranhamente normal, vestida com um deslumbrante vestido branco e pouca maquiagem. E que voz! 

Sobre os discursos? Nem preciso dizer que foram os diferenciais da festa.
Depois desse resuminho do Oscar 2015, nada mais legal que ficar com os memes resultantes da noite...


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O que pensar sobre o aborto?


Nunca engravidei e,  caso isso aconteça, sendo planejado ou por “surpresa” (o que será mais provável), eu não abortaria; não por questões de criminalização e tão pouco por religiosas, mas sim por reconhecer agora um maior preparo pessoal para encarar esse desafio que é gerar e criar um Ser, embora achemos que seríamos melhores mães do mundo, até ter um filho. Não tenho planos de ser mãe biológica, mas se eu for, darei o melhor de mim, sempre visando à felicidade. Mas esta é minha condição atual, minha! Isso não quer dizer que eu tenha o direito de julgar quem pensa em tomar decisões diferentes, pelo contrário, a mulher tem direitos sobre seu corpo e sua vida, bem como a vida por ela gerada, principalmente se ela estiver só.
É de tamanha hipocrisia, mães que têm boas condições financeiras, parceiros dedicados e um planejamento familiar, quererem julgar as que têm condições opostas, que têm realidades diferentes.
Sexo é uma necessidade fisiológica; ainda assim, lembro-me de já ter ouvido frase desse tipo: “Se não queria o bebê, por que transou?”. A questão não deveria ser essa, elas, essas mulheres, deviam poder ter opções verdadeiras antes de engravidarem. 
Se mesmo com uns contra e outros “a favor do aborto”, ele acontece, então que seja de forma segura no início da gravidez.
Não apoio o aborto, tão pouco o criminalizo. Acredito que até quem o faça não esteja acordando com o ato, mas sim, tendo a necessidade de adotar uma atitude rápida. Devemos pensar que o aborto é um problema grave de saúde pública no Brasil, que clínicas clandestinas também matam e lucram. Que algumas gestações causam risco à vida da mãe ou/e da criança e,  por fim, que os estupros acontecem.
A educação sexual na sala de aula e em casa, são grandes aliados para evitar futuras gravidezes indesejadas e consequentemente crianças com futuros incertos.
Desafio você que é contra o aborto, adotar alguma criança que vive na rua sob condições precárias em que a mãe dela pode dar por não poder ter alternativa de querer ser ou não mãe. Não é porque deu certo com você e foi seu sonho, que será da mesma forma com outras mulheres. O destino do seu filho está sendo cuidado, importe-se com os demais.


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Felicidade relativa, normose e simplicidade


Eis a infinita busca: felicidade! Ela é tão frágil e complexa, que me atrevo a defini-la como inexistente, porém, amplamente desejada. Para não me parecer tão incisiva, a defino então como incontínua, afinal, também desejo ser feliz, logo, acredito na sua lendária existência, mas não acredito no termo "sou feliz", e sim no "estou feliz". Quando ouço alguém afirmar que é feliz, procuro pensar que esta pessoa não sabe o que está falando. O dia que alguém for feliz, digo, sempre feliz, sua vida não terá propósito, porque nossa caminhada advém basicamente na procura da felicidade, alguns desistem, outros, persistem. 
Entre idas e vindas, altos e baixos, existem a satisfação e a dor, resultando em amadurecimentos. Só suportamos tais angústias vividas porque fazem parte da nossa condição enquanto Seres Humanos. 
Não há fórmula para a felicidade, o que parece bom para uns, não tem o mesmo efeito para outros. Em outras palavras, felicidade é relativa. 
O normótico tem a conformidade de não ser capaz (ou não gostar) de viver aventuras. Já o sem "pés no chão", tenta se aventurar entre as amarras sociais. Sendo assim, apetecem demasiadamente de realizações diferentes.
Definitivamente o comportamento normótico não me representa. Estive infeliz por ter buscado tal comportamento um tempo atrás. A pressão que me foi exercida durante um período para que me tornasse padronizada, hoje tem nome: normose patológica. Agora sei que minha felicidade não depende do padrão de felicidade comum. Não é necessariamente um sonho o casamento, filhos, trabalho e muito dinheiro. Não quero perder o sentido da minha vida tentando me enquadrar no consenso social. Minha felicidade depende da minha liberdade, liberdade de não ter compromissos, de poder fazer o que quero, quando quero e o que gosto, tendo sempre a consciência de que sou livre respeitando o limite, que vai até o outro ser.
Sou vista como "do contra", idealizadora e temperamental, e sou se levo em consideração a fabricação em série no qual as pessoas permitem se criar. Já larguei faculdade porque não a julguei relevante, larguei ambientes de brigas, larguei empregos onde não estava me sentindo bem, larguei palavras onde achei que deveriam ser ditas. Simplesmente largo o que me pesa, já carreguei peso o suficiente até aqui. Ainda tenho muito que largar e agarrar, mas sobre isso, só eu me permito ditar e sem esperar aprovações, mesmo que isso custe a inquietude de quem amo e a incompreensão de outros que jamais saberão o que é ser livre.