quinta-feira, 16 de abril de 2015

Meritocracia?$



Eu não sou contra que competência e experiências individuais sejam parâmetros de avaliação, mas utilizar a meritrocacia como justificativa soberana de como se chegar ao topo, sim, sou contra. Não há como ignorar que partimos de pontos diferentes, uns mais à frente (muito mais à frente) que outros. O acesso às oportunidades é desigual. Por exemplo: enquanto eu dependia de trabalhar para bancar minha faculdade, prejudicando meu tempo de estudo e sono, via algumas pessoas aguardando o término do seu curso financiado por terceiros, com tempo livre, para depois ingressar no emprego. Nas férias eu, no máximo ia até Angra dos Reis visitar a minha tia, enquanto meus amigos faziam intercâmbio. Até aí, ok, cada um vai até onde pode ir, mas nunca queiram comparar os suores.

O pobre vence, tem que vencer, porém, sua linha de largada encontra-se mais distante da linha de chegada. Será sempre uma vitória mais suada. Piora ainda mais se esse pobre for negro, gay, mulher, deficiente ou/e transsexual. Não curto vitimizar, parece chute em cachorro morto, mas vejo a necessidade de lembrar aos de "vida fácil" que eles não são melhores que ninguém só porque possuem diploma, cargo ou dinheiro. Assistimos em nosso cotidiano discriminação por negros, sotaques,  gênero, opção sexual, religião, nível socioeconômico entre outros e, esses preconceitos persistirão enquanto pessoas soberbas existirem.

O sistema de cotas exige que, antes da igualdade, tenha-se justiça. Um sistema que compensa a falha de desigualdade educacional e de oportunidade. É claro que, o ideal seria melhorar a educação pública e ampliar o acesso acadêmico privado, mas como sabemos que a solução não é tão fácil assim e que depende muito mais da mudança mental da sociedade, eis que o sistema de cotas veio para maquiar a desigualdade educacional no país.
Em São Paulo foi lançado o programa transcidadania, fruto do projeto articulado por secretarias e o prefeito Fernando Haddad (PT), que deixou muita "gente" com ódio, gente que tem uma vida sem os obstáculos dos preconceitos, os mesmos que querem dividir por rótulos o convívio social. Esse é mais um exemplo de que é preciso repensar sobre o porquê das cotas.

O Brasil é terra onde o europeu teve a “audácia” de se misturar aos nativos e escravos criando, assim, o povo Brasileiro. Somos misturas do fino com o simples, tornando todos iguais, ainda que a minoria não queira.


domingo, 5 de abril de 2015

Intangível


Somos feitos de fé, ela nos motiva, nos surpreende e a resgatamos em momentos de desespero.
Cultivar boas intenções e esperança, independe de dogmas, regras e demagogia. 

A desordem espiritual desestrutura a fé, fazendo um indivíduo se apegar na crença que lhe convém no momento. Temos realmente que crer em algo, em si mesmo, na natureza, milagres, no que for, é saudável, o problema é quando se toma pra si a razão, superioridade e hipocrisia. 

Toda religião é tabu, são indiscutíveis pois implicam razão e soberania ilusória. É subordinação e por isso incita guerras e individualidades. A fé caminha independente, interiormente em paz, transcendendo orientações especuladas.

Não quero, todavia,  GENERALIZAR e,  sim,  salientar analogicamente  religião e fé, até porque, ao meu ver, são caminhos paralelos, não iguais. O que não impede de uma religião, apesar de imperfeita, nos fazer refletir socialmente e nos dar liberdade de discernimento. Eu fico somente com a fé. 

Mais vale sua intenção, compaixão e atitudes do que uma disciplina egocêntrica, onde impera os próprios interesses (políticos, financeiros ou de conduta). Por vezes, pessoas se autodefinem como bondosas com a justificativa de nunca ter feito ou desejado mal a alguém. Não fazer o mal é respeito, temor, limite, obrigação, exceto bondade. Bondade é ato. 
Que tenhamos mais atos, deixando de lado preconceitos, as opiniões obsoletas e o "o que vão pensar de mim?".