segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O que pensar sobre o aborto?


Nunca engravidei e,  caso isso aconteça, sendo planejado ou por “surpresa” (o que será mais provável), eu não abortaria; não por questões de criminalização e tão pouco por religiosas, mas sim por reconhecer agora um maior preparo pessoal para encarar esse desafio que é gerar e criar um Ser, embora achemos que seríamos melhores mães do mundo, até ter um filho. Não tenho planos de ser mãe biológica, mas se eu for, darei o melhor de mim, sempre visando à felicidade. Mas esta é minha condição atual, minha! Isso não quer dizer que eu tenha o direito de julgar quem pensa em tomar decisões diferentes, pelo contrário, a mulher tem direitos sobre seu corpo e sua vida, bem como a vida por ela gerada, principalmente se ela estiver só.
É de tamanha hipocrisia, mães que têm boas condições financeiras, parceiros dedicados e um planejamento familiar, quererem julgar as que têm condições opostas, que têm realidades diferentes.
Sexo é uma necessidade fisiológica; ainda assim, lembro-me de já ter ouvido frase desse tipo: “Se não queria o bebê, por que transou?”. A questão não deveria ser essa, elas, essas mulheres, deviam poder ter opções verdadeiras antes de engravidarem. 
Se mesmo com uns contra e outros “a favor do aborto”, ele acontece, então que seja de forma segura no início da gravidez.
Não apoio o aborto, tão pouco o criminalizo. Acredito que até quem o faça não esteja acordando com o ato, mas sim, tendo a necessidade de adotar uma atitude rápida. Devemos pensar que o aborto é um problema grave de saúde pública no Brasil, que clínicas clandestinas também matam e lucram. Que algumas gestações causam risco à vida da mãe ou/e da criança e,  por fim, que os estupros acontecem.
A educação sexual na sala de aula e em casa, são grandes aliados para evitar futuras gravidezes indesejadas e consequentemente crianças com futuros incertos.
Desafio você que é contra o aborto, adotar alguma criança que vive na rua sob condições precárias em que a mãe dela pode dar por não poder ter alternativa de querer ser ou não mãe. Não é porque deu certo com você e foi seu sonho, que será da mesma forma com outras mulheres. O destino do seu filho está sendo cuidado, importe-se com os demais.