segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Felicidade relativa, normose e simplicidade


Eis a infinita busca: felicidade! Ela é tão frágil e complexa, que me atrevo a defini-la como inexistente, porém, amplamente desejada. Para não me parecer tão incisiva, a defino então como incontínua, afinal, também desejo ser feliz, logo, acredito na sua lendária existência, mas não acredito no termo "sou feliz", e sim no "estou feliz". Quando ouço alguém afirmar que é feliz, procuro pensar que esta pessoa não sabe o que está falando. O dia que alguém for feliz, digo, sempre feliz, sua vida não terá propósito, porque nossa caminhada advém basicamente na procura da felicidade, alguns desistem, outros, persistem. 
Entre idas e vindas, altos e baixos, existem a satisfação e a dor, resultando em amadurecimentos. Só suportamos tais angústias vividas porque fazem parte da nossa condição enquanto Seres Humanos. 
Não há fórmula para a felicidade, o que parece bom para uns, não tem o mesmo efeito para outros. Em outras palavras, felicidade é relativa. 
O normótico tem a conformidade de não ser capaz (ou não gostar) de viver aventuras. Já o sem "pés no chão", tenta se aventurar entre as amarras sociais. Sendo assim, apetecem demasiadamente de realizações diferentes.
Definitivamente o comportamento normótico não me representa. Estive infeliz por ter buscado tal comportamento um tempo atrás. A pressão que me foi exercida durante um período para que me tornasse padronizada, hoje tem nome: normose patológica. Agora sei que minha felicidade não depende do padrão de felicidade comum. Não é necessariamente um sonho o casamento, filhos, trabalho e muito dinheiro. Não quero perder o sentido da minha vida tentando me enquadrar no consenso social. Minha felicidade depende da minha liberdade, liberdade de não ter compromissos, de poder fazer o que quero, quando quero e o que gosto, tendo sempre a consciência de que sou livre respeitando o limite, que vai até o outro ser.
Sou vista como "do contra", idealizadora e temperamental, e sou se levo em consideração a fabricação em série no qual as pessoas permitem se criar. Já larguei faculdade porque não a julguei relevante, larguei ambientes de brigas, larguei empregos onde não estava me sentindo bem, larguei palavras onde achei que deveriam ser ditas. Simplesmente largo o que me pesa, já carreguei peso o suficiente até aqui. Ainda tenho muito que largar e agarrar, mas sobre isso, só eu me permito ditar e sem esperar aprovações, mesmo que isso custe a inquietude de quem amo e a incompreensão de outros que jamais saberão o que é ser livre.