terça-feira, 14 de outubro de 2014

Efêmera vida

Foto: Déborah Rodrigues

Curta, dura, enigmática, surpreendente e ruim... Assim é a vida. Já começa com a certeza que haverá fim. Então porque ela se inicia? Seria a vida um castigo dos Deuses aos Seres Humanos? Ela é o inferno no qual lutamos diariamente para amenizar sofrimentos, e conseguimos. É uma linha do tempo podre onde interferimos com pontos de felicidades, assim como fazer um casaco de lã. É procurar insistentemente razões para viver. É brincar com o lúdico.
Saber que na linha do tempo passarão vidas, tristezas, felicidades e a certeza da saudade, torna previsível o dia a dia, até que o imprevisto acontece, haverá sempre algo inesperado para acontecer que mudará o percurso.

Somos fantoches em um teatro improvisado, tem que se virar, atuar e jogar.

Acredito que, mesmo dizendo-se felizes, as pessoas mentem. Ser feliz é um sentimento egoísta com quem não teve a mesma sorte. É como ter cama pra dormir, se sentir feliz por isso e ignorar o outro que não tem onde deitar-se. 
Na distração podemos ser felizes, em alguns momentos esquecemos a infelicidade do outro. Sendo assim, não somos felizes, estamos felizes. Sorte dos egoístas de poderem enganar a vida, de por vendas em si e nos outros.

Não sendo 100% feliz, a vida não se torna 100% perpétua. Está justo.

Este texto será assim, tão breve quanto a acepção temática.

"A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal."
- Machado de Assis in: "Iaiá Garcia", capítulo III