Após tempos escrevendo aleatoriamente, pensando e repensando
em por impresso tudo o que me vinha à cabeça, fiz um caderno com meus textos
(que sumiu, durante arrumações pós obras em casa), ato que tornou o meu
cotidiano mais aceitável, mais concreto e mais comum, como o efeito que um
desabafo nos causa. Vira uma espécie de terapia infalível. Embora antes as
escritas ficassem em gavetas, de certa forma havia um alívio em concretizar
aquelas opiniões. Mas a necessidade de compartilhar minha visão sobre as coisas
começou a me apetecer. Faltava algo, talvez coragem de me expor e de ser
criticada, ou até mesmo do retorno negativo e ofensivo que poderia acabar com
minha vontade. Percebi então que, a maior crítica vinha de dentro: autocrítica!
Por escrever crônicas, gênero pelo qual me identifico, posso estar me
precipitando, a partir do momento em que sei ser apenas uma afinidade pelo
gênero, e não uma formação acadêmica, além disso, transmitir a minha visão de
mundo não é coisa para a minha idade, dizem. Daí me surgiu a insegurança, mas a
determinação típica da minha personalidade e a vontade de encarar desafios
venceram. Então, expor minha escrita tornou-se algo prazeroso. Ao misturar
cotidiano, humor e críticas em meus textos, percebo imediatamente a identificação de quem os leem, que, embora sejam poucos, me alimentam cada dia mais. Escrever
crônica é sentir-se poeta dos acontecimentos do dia-a-dia, é dialogar com o
leitor, e aqui entre nós, prosear é o que mais gosto de fazer.
Crônicas dificilmente são aceitas quando os leitores não as veem como tal:
opinião egocêntrica do autor. Algumas vezes as opiniões são compartilhadas por alguns,
acrescentadas a outros ou ignorada por poucos, não importa, penso que, duas
causas importam mais para alguém que escreve algo: atingir ao menos um olhar, se
não, de nada adianta se abrir, e aprender com cada experiência da escrita
sempre lembrando que se fosse reescrevê-la, ela seria melhor, mas que aquele
momento foi o melhor dado ao texto.
Escrevo por teimosia, de nada sei, mas gosto de fazer o que me faz bem.
Adoraria voltar aos meus tempos de boas escritas. Verdade, já tive também essa fase. Tinha boas ideias, muita inspiração e escrevia com certa qualidade. Durante um tempo, escrevi pro jornal de um grupo jovem do qual fazia parte na época, e tinha gente que só lia o jornal por isso. Mas já vai longe essa época e a inspiração se foi junto com a capacidade de escrever.
ResponderExcluirFico feliz de ver vc a cada dia melhorando mais e mais... meu pai, como grande jornalista que era, adoraria ler suas crônicas, tenha certeza.
Beijos e vá em frente "pequena".
É preciso gostar, se entregar às idéias de modo livre e imparcial, além da capacidade de escrever. Admiro sua personalidade ainda mais...Parabéns pelo blog.
ResponderExcluirRose Haase em 06 de julho de 2014.
ambém fico feliz por vê-la escrevendo tão bem e a cada dia melhorando mais. Sempre quando leio suas crônicas, lembro de papai. Ele iria gostar imensamente de lê-las e de ter na família uma pequena grande escritora. Espero que continue sempre a escrever, aproveitando esse dom que Deus lhe deu. Beijos.
ResponderExcluirRosangela.